IPVA, financiamento, seguro, manutenção, combustível, tempo no engarrafamento, tempo procurando vaga no estacionamento, pagar o estacionamento, o flanelinha...estes são alguns dos custos que um dono de carro tem. Na verdade, o carro deveria ser somente um meio de transporte que nos leva de um lugar a outro. Disse deveria, por que hoje em dia há uma inversão de valores a esse respeito.
Diversos
fatores históricos, sociais e econômicos fizeram com que o carro
deixasse de ser apenas um veículo para se tornar um símbolo da sociedade
atual, onde a valorização dos bens materiais é mais importante que o
respeito ao próximo e as questões individuais se sobrepõe ao bem
coletivo.
Essa inversão de valores é uma das grandes responsáveis
pelos problemas encontrados no trânsito das grandes cidades, afirma a
professora Gislene Macedo, do curso de psicologia da UFC/Sobral, doutora
em psicologia do trânsito e ex-membro titular da Câmara Temática de
Educação e Cidadania do Contran.
A raíz do problema está na indústria automobilística, que a partir dos anos 50, passa a "mensagem" de que você só é bem sucedido, se tiver um carro.
Segundo
levantamento do Ministério das Cidades e do Departamento Nacional de
Trânsito (DENATRAN), em abril de 2010 o país já contava com uma frota de
mais de 60 milhões de veículo automotores, sendo 35 milhões automóveis
(57% do total) e 12 milhões de motocicletas (21%), enquanto que a frota
de ônibus era de pouco mais de 430 mil unidades (0,7%).
Em média, tem-se no máximo 2 passageiros por carro, o que causa engarrafamentos constantes, e o não uso do transporte coletivo.
“É
preciso inverter a lógica existente hoje de que andar a pé, de ônibus
ou de bicicleta é coisa de pobre. Precisamos de lugares seguros onde
guardar nossas bicicletas, ciclovias, respeito dos outros transportes,
e, acima de tudo, mudar a lógica de investimento que gasta milhões por
ano para manter um sistema de trânsito totalmente voltado para o
individual motorizado” - Gislene Macedo
Fonte: EcoDesenvolvimento
www.ecodesenvolvimento.org