segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Sacolas oxibiodegradáveis: mocinhas ou vilãs?

As sacolas ou embalagens plásticas oxidegradáveis (também chamadas de oxibiodegradáveis) são uma alternativa para tentar conter o problema do consumo frequente de sacolas de plástico e para tentar amenizar o dano ambiental causado pelo plástico descartado de forma incorreta no meio ambiente. Elas são sacolas plásticas como as comuns, diferenciando-se apenas na forma de produção.
Apesar de serem feitas com plásticos tradicionais, como polietileno, polipropileno, poliestireno, entre outros, essas sacolas possuem aditivos pró-oxidantes. Esses aditivos são catalisadores químicos e são compostos por metais de transição (como cobalto, manganês, ferro e cobre), que aceleram o processo de fragmentação do material devido à oxidação química das cadeias poliméricas do plástico, que são acionadas por radiação ultravioleta e por exposição ao calor.
A sacola se decompõe em seis meses. Os fragmentos do plástico oxidegradável, porém, permanecem no meio ambiente por um período de tempo ainda não determinado. E pior: estudos indicam possibilidades de os resíduos serem ingeridos por pássaros, peixes e até mamíferos, entrando na cadeia alimentar, o que pode causar risco de contaminação, inclusive para o homem. Em Salvador, foi comprovado que 22% dos peixes capturados para fins de pesquisa continham micropartículas plásticas em seu organismo.
Guilherme José Macedo Fechine (2009), engenheiro de materiais da Universidade de São Paulo (USP), realizou uma pesquisa com um tipo de plástico oxibiodegradável vendido no mercado nacional e revelou que, apesar do material se fragmentar e virar pó, ele não é consumido por micro-organismos (como fungos, bactérias, protozoários, entre outros), ou seja, os restos do plástico permanecem no solo o que igualmente descaracteriza a possibilidade de sua classificação como oxibiodegradáveis, pois não fomos capazes de identificar como o "bio" possa estar inserido neste contexto.
Portanto, ao receber sacolas do comércio ou mesmo ao receber os envólucros plásticos usualmente utilizados para embalar correspondências bancárias ou revistas, esteja atento se há qualquer menção sobre o fato de serem oxi"bio"degradáveis e, na medida do possível, evite o consumo e alerte o fornecedor, pois muitas vezes a intenção deste que seria reduzir o impacto ambiental acaba por passar longe da solução sustentável por falta de informações adequadas. 

Fonte: www.ecycle.com.br

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