segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

As 10 tendências globais de consumo em 2014

O ano de 2014 será marcado por uma contradição nas tendências de consumo, simbolizada pela dualidade entre o desejo por itens de luxo, o uso mais frequente de apps de compra e o apelo pelo visual, de um lado, e a maior consciência ambiental e social, a apreciação pela frugalidade e a importância da comunidade, de outro.
A conclusão é do estudo "As dez tendências globais de consumo para 2014" da consultoria Euromonitor, especializada em pesquisas de mercado.
O relatório, de autoria da analista Daphne Kasriel-Alexander, assinala que os consumidores, ainda que continuem manifestando interesse por produtos considerados de luxo e comprando por impulsividade, vêm exercitando maior visão crítica no momento de abrir a carteira.

1- Gastos por impulso: Neste ano, o intervalo de tempo entre o interesse em um produto e a decisão de comprá-lo deve diminuir ainda mais, impulsionado por opções de pagamento mais rápidas e recursos visuais que atraiam o interesse dos consumidores.

2- Alimentação saudável: Mais consumidores vêm se tornando conscientes da importância da alimentação saudável, diz o relatório. Os consumidores, afirma a Euromonitor, tem cada vez mais consciência de que uma alimentação saudável estende a expectativa de vida e pode melhorar a qualidade do dia a dia.
Esse hábito, cada vez mais cristalizado, vem se refletindo no ambiente de negócios, com o florescimento de empresas dedicadas à venda de alimentos que causam menos prejuízos à saúde.
O relatório acrescenta, no entanto, que mesmo companhias já consolidadas no mercado, como a rede de fast-food Mc Donald’s, tentam convencer seus consumidores a trocar as gorduras saturadas por legumes e vegetais.

3- Consciência social e ambiental: Segundo a consultoria, há um valor social ligado ao consumo de produtos e marcas que adotam práticas de negócios éticas e sustentáveis.
Uma pesquisa desenvolvida pela Euromonitor no ano passado também revela que os consumidores online se preocupam com o meio ambiente. Dois terços deles tentam minimizar seu impacto na natureza por meio de suas atividades diárias e aproximadamente a metade demonstra preocupação sobre o aquecimento global. Nesse sentido, acrescenta a pesquisa, os consumidores exigem saber onde os produtos que compram são feitos e há um grupo que, em número cada vez maior, prioriza em sua alimentação produtos orgânicos, ou seja, sem aditivos.
As empresas, por sua vez, também se preocupam com a responsabilidade social, de modo a não perder sua cartela de clientes, com ações voltadas a propagandear suas iniciativas em prol do meio ambiente e do consumo sustentável.

4- Importância do ambiente comunitário: A consultoria diz que o mundo hoje assiste a um "renascimento do consumo voltado para o ambiente familiar e comunitário", ao passo que "mercadorias produzidas localmente se apresentam como um antídoto ao ambiente de mercado global".
Esse tipo de postura, define o relatório, "invoca a ideia de autenticidade, comunidade e pertencimento, assim como a consciência ambiental".

5- Frustrações com o trabalho e a rotina: Segundo a Euromonitor, os consumidores devem buscar soluções de consumo capazes de atenuar os efeitos nocivos do desequilíbrio entre suas vidas pessoal e profissional.
Há, de acordo com a consultoria, um desejo consensual entre os consumidores de levar uma vida mais simples. Tal postura não significa, entretanto, um menor consumo, mas, sim, uma vontade de optar por produtos que garantam maior conveniência.
Por outro lado, a pesquisa retrata uma insatisfação cada vez maior com o excesso de informações do mundo virtual, acentuando o contraste com a importância do convívio físico com a família e com os amigos.

6- Gosto pelo luxo: As vendas de produtos considerados de luxo devem aumentar neste ano, prevê a Euromonitor. Segundo a consultoria, os consumidores com alto poder aquisitivo devem manter os seus padrões de compra, enquanto outros milhares manifestam interesse de inclui-los em sua cesta de compras, sendo o principal deles um novo smartphone. A Euromonitor, entretanto, alerta para os revezes de uma busca desenfreada por artigos de luxo. Um levantamento realizado em maio do ano passado pela Câmara de Comércio da Coreia do Sul mostrou que entre os compradores de mercadorias premium acima de 20 anos, quase 30% dos entrevistados revelaram estar enfrentando dificuldades para pagar a fatura do cartão de crédito e outros 25% já consideravam adquirir produtos pirata para poupar dinheiro.
Apesar disso, "os consumidores ainda expressam sua identidade e personalidade por meio do consumo. Nesse sentido, a compra de artigos de luxo significa ascensão social", reitera a Euromonitor.

7- Democratização do consumo: Com a democratização da internet, as empresas estão cada vez mais atentas à forma como suas estratégias de mercado são recebidas por consumidores nas redes. A pesquisa evidencia, por exemplo, que 13% dos brasileiros escrevem pelo menos uma resenha online quase todos os dias. Esse novo ambiente também tornou propício o surgimento de blogs dedicados a comentar temas específicos. Não raro, de acordo com a consultoria, as empresas vêm tentando estabelecer um canal de comunicação mais próximo com eles, na tentativa de cooptar mais consumidores.
Uma iniciativa que reflete tal cenário é a participação ativa dos usuários, por meio de votações online, no processo de produção das mercadorias.

8- Consumo pós-crise: Após a pior recessão desde a Grande Depressão de 1929, muitas pessoas foram obrigadas a modificar seu padrão de consumo e internalizaram práticas de consumo mais frugais.
Ocorre que, segundo a Euromonitor, esse comportamento deve permanecer nos próximos anos, como reflexo da atual crise.
Entre essas práticas, estão um menor gasto nos shopping centers, uma confiança no crédito e uma maior propensão ao consumo colaborativo.

9- A universidade dos aplicativos: O ano de 2014 deve ser marcado pelo surgimento de mais aplicativos voltados para as mais diferentes experiências de consumo. Segundo a Euromonitor, os aplicativos "são reveladores dos interesses de consumo e de comportamento, além de permitir a fidelização de uma audiência segmentada e uma oportunidade de marketing para marcas baseada na localização dos seus próprios clientes".
O relatório lembra que a chamada geração Z, os nativos digitais, nascidos após 1991, dificilmente deixam de lado seus smartphones e, portanto, constituem um grupo disputado pelas empresas.

10- Apelo visual: Em 2013, "selfie" foi considerada a palavra do ano pelo dicionário Oxford. Segundo a Euromonitor, trata-se de uma evidência do "apego visual" dos consumidores.
Em um ambiente em que o ego é exarcebado, as empresas devem manter a tendência de recorrer ao componente estético para atrair novos clientes.
Nesse sentido, as marcas vêm recorrendo fortemente às redes sociais para promover-se. Instagram e Vine, por exemplo, são ferramentas usadas pelas empresas para estabelecer um canal de comunicação com seus consumidores.
Muitas marcas de moda, por exemplo, já vêm lançando novas coleções online em detrimento das passarelas.


Mais informações: Sebrae 2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário