domingo, 19 de maio de 2013

Alimentos contaminados


O escândalo que assustou consumidores e acordou as autoridades para a necessidade de aperto na fiscalização também acendeu uma luz amarela na segurança dos alimentos. Assim como fraudadores levaram à mesa dos gaúchos leite com água, ureia e formol (substância que pode causar câncer), produtos hortigranjeiros que por natureza deveriam ser saudáveis têm níveis de agrotóxicos acima do permitido no Estado.
Além da ameaça química, agentes biológicos como bactérias também causam preocupações para quem faz refeições na rua, no trabalho ou mesmo em casa. Por contaminação nas matérias-primas, refrigeração inadequada, falta de higiene e outras diversas razões, crescem as notificações de surtos das chamadas Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs) no país.
Nos últimos dois anos, o Ministério da Saúde registrou, respectivamente, 795 e 792 surtos, o maior número desde 2005. Apenas em 2012, o Rio Grande do Sul foi responsável por 16% das notificações nacionais.
Estima-se que só nos Estados Unidos as DTAs alcancem 76 milhões de casos individuais por ano, com mais de 300 mil hospitalizações e 5 mil mortes. Seja por problemas de qualidade de matéria-prima, falta de higiene, conservação inadequada ou uso de substâncias que, mesmo permitidas, em excesso trazem riscos de longo prazo à saúde. No Brasil, onde calcula-se que o número de ocorrências é superior às notificações, o Ministério da Saúde não registra casos individuais. São contabilizados apenas surtos, em regra definidos como uma síndrome que envolve a partir de duas pessoas após a ingestão de alimento ou água contaminados.
A nutricionista Semíramis Domene, diretora da Sociedade Brasileira da Alimentação e Nutrição e professora da Universidade Federal de São Paulo, aponta lácteos, carnes, pescados, ovos e hortigranjeiros como alimentos que, embora saudáveis, trazem riscos. Para Semíramis, observar procedência, forma como são manipulados e esterilizar produtos que podem conter bactérias são formas de evitar desde mal-estar a doenças sérias.
Fonte: Zero Hora

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